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O Nascimento do Nícolas - Relato de Parto Domiciliar

  • Bárbara
  • 30 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

Durante a gestação do Nícolas, eu me sentia muito bem fisicamente. Não tinha dores na coluna, fiz yoga até o final com tranquilidade e caminhava com frequência. Mas na semana antes de ele nascer, eu já comecei a sentir que minha bacia estava mudando e que o Nícolas estava cada dia mais baixo. Um dia antes de sua chegada, fui caminhando para o estúdio de yoga, e na volta, a minha querida instrutora Gabi - observando meu sedutor andar de pata - disse "É, acho que você não vem mais para a yoga amanhã". A caminhada de volta já foi mais difícil, e tive que parar muitas vezes no caminho com um incômodo maior do que as contrações de treinamento que sentia até então.

No dia seguinte, acordei às 5hs da manhã com contrações mais doloridas e ritmadas. Peguei meu celular e comecei a acompanhar as contrações com um aplicativo, e decidi esperar até 6hs para acordar meu marido. Um pouco mais tarde entramos em contato com a Lissandra, uma de nossas amadas parteiras, que vem nos acompanhando desde a gestação do nosso primeiro filho. Combinamos que ela chegaria por volta das 11hs, mas que estaria pronta caso fosse necessário chegar antes disso. Utilizei bastante o chuveiro para buscar conforto, mas às 9hs da manhã minhas contrações já estavam muito intensas e pouco espaçadas. Quando a Lissandra chegou, fez um exame de toque e descobriu que eu já estava com 8 cm de dilatação. Perguntou se eu queria saber o resultado do toque, mas eu disse que não por medo de estar pouco dilatada e acabar ficando ansiosa.

A chegada da segunda parteira, Letícia, me emocionou profundamente. Me entreguei a um choro sentido e vulnerável, em um resgate inconsciente do meu primeiro parto e da morte do meu primeiro filho, que foi acompanhado de forma tão bela e sensível por ela e toda a equipe Nascentia. Naquele momento me senti abençoada por anjos da terra e do céu: meu pequeno Theo que nos ensinou a amar cada minuto de nossas vidas, aquelas duas mulheres incríveis que vieram até a minha casa para me ajudar a receber mais um filho, meu parceiro maravilhoso que acompanhava cada contração com dedicação total, a instrutora de yoga que me ajudou no preparo físico e espiritual para esse momento, e a família e amigos que aguardavam ansiosamente pela chegada de nosso pequeno presente divino.

O parto continuou de forma intensa por mais algumas horas. A minha bolsa ainda continuava intacta e fazia muita pressão. Eu já estava ficando ansiosa e as parteiras sentiram que o cansaço estava começando a me pegar. Elas analisaram o meu partograma e às 15hs entraram no quarto onde eu e meu marido estávamos para sugerir que a bolsa fosse rompida, auxiliando no andamento do trabalho de parto. Assim que elas abriram a porta, emiti uma urrada animal e a minha bolsa se rompeu espontaneamente. O líquido começou a sair aos poucos, gerando uma grande sensação de alívio, e duas contrações depois pude sentir o meu filho descendo por entre minhas pernas.

A cabeçinha dele saiu e a Lissandra perguntou se eu queria sentí-lo, para registrar o meu toque como sendo o primeiro de sua chegada ao mundo. Acariciei seu cabelo e senti sua orelhinha. Não podia ver nada pois estava em uma posição de quatro apoios, inclinada sobre o meu marido que me sustentava em seus braços. Mais uma contração e seu corpinho passou de uma só vez. Me deitei na cama e ele veio para os meus braços. Em alguns minutos nossos familiares, que aguardavam atentamente do outro lado da porta, entraram no quarto para conhecê-lo. Meu marido cortou o cordão umbilical assim que ele parou de pulsar, o Nícolas mamou e após alguns minutos de muito carinho e contato com o nosso novo bebê, fui tomar um banho. As enfermeiras deram uma arrumada no quarto com a ajuda de meus familiares, e me deitei com meu marido e nosso pequeno milagre em uma paz e aconchego que só o parto domiciliar é capaz de proporcionar.

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