Desabafo de Uma Nova Mãe

Olho essa foto e vejo uma nova versão de mim: a entidade Bárbara-Nícolas, simbiose de mãe e bebê. Me tornei um super-humano, uma mulher leoa fortalecida pelo propósito de proteger esse pequeno ser e garantir suas necessidades mais básicas. Me tornei também uma mulher invisível, escondida por trás de um menino lindo com quem todos querem interagir e segurar. Me tornei uma figura pública, um assunto a ser discutido e julgado por tudo e por todos. Ando na rua e pessoas desconhecidas me perguntam "cadê a meia desse menino?" ou "cadê o chapéuzinho desse bebê?". Se decidi que meu filho não precisa de uma chupeta ou de papinha de bebê, minhas decisões são questionadas. Não importa que ele esteja bem, feliz e saudável. Isso aí é sorte, né? Não é resultado de uma criação super dedicada e afetuosa. A mochila nas costas substituiu a bolsa charmosa e delicada, restando apenas um bolso para segurar minha carteira e celular - o resto é todo dele. As horas de sono reduzidas não são capazes de abalar o nível de eletricidade que me abastece diariamente pela presença desse ser tão incrível. Meus braços vão se fortalecendo e definindo à medida que ele cresce - quanto mais ele precisa do meu apoio, mais o meu corpo se supera. Mas ao final do dia, vejo essa super mulher invisível e julgada e penso: eu sou incrível!

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