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Amamentação em Livre Demanda ou Rotina?

  • Bárbara
  • 8 de fev. de 2018
  • 3 min de leitura

Hoje em dia é muito comum se ouvir o termo "aleitamento materno exclusivo sob livre demanda". Essa é a recomendação atual da Organização Mundial da Saúde e da grande maioria dos Pediatras. Até aí parece bem simples: toda vez que o bebê solicitar, você dará a ele o seu leite. Mas aí o bebê nasce e a enfermeira, ou até mesmo o pediatra, vão te dizer ainda na maternidade que o ideal mesmo é que o bebê mame de 2 em 2 horas e por apenas 20 minutos. Ou então a sua mãe/sogra/vizinha/pessoa-alheia-na-rua vai ver você amamentando seu filho de uma semana de vida por algumas horas seguidas e vai soltar aquele comentário super agradável: "Esse menino passa tempo demais no peito!" ou o clássico "Se ele ainda está com fome é porque seu leite deve ser fraco..." Ou ainda, você pega um livro sobre "Como Criar Seu Filho da Forma Mais Saudável e Conveniente do Mundo," e descobre que a Dra. Especialista de Bebês M.D., considera que você está estragando seu filho porque ele não está fazendo um ciclo de mamar-atividade-dormir aos 20 dias de nascido.

Não sei se essa foi a sua experiência, mas ao menos metade do que eu escrevi no parágrafo anterior aconteceu comigo! E como toda "Mãe de Primeira Viagem Que Quer Tudo de Melhor para o Seu Filho" deve fazer, fiquei extremamente confusa e comecei a questionar tudo aquilo em que eu acreditava e que já havia decidido que faria com o MEU filho. Nunca pensei que isso fosse acontecer comigo, mas aconteceu. Pode ter sido um resultado dos hormônios do puerpério ou o peso da responsabilidade de estar cuidando de um ser tão pequenino e indefeso. Pois bem, comecei amamentando sob livre demanda e depois de muito questionamento vindo de fontes externas resolvemos experimentar o espaçamento de 2 horas entre mamadas com meu filho de aproximadamente um mês de vida. Tentamos por dois dias, pois meu filho que era um bebê tranquilo começou a ficar muito estressado. Voltamos, então, a utilizar o método da livre demanda.

Nossa estratégia em geral era de tentar acalmar ou distrair nosso filho sempre que possível por outros meios, mas quando ele era bem pequenininho o que ele queria na maioria das vezes era mamar! Aos poucos pudemos verificar uma variação maior em suas "reclamações" e começamos a entender quando ele tinha fome, sono ou algum outro incômodo (cólica, gases, e outras coisas ainda inexplicáveis). Com o tempo, ele começou a se interessar mais por outras atividades e hoje, com três meses de idade, já faz intervalos de 2 horas entre as mamadas naturalmente. Mas isso aconteceu de forma espontânea e no momento que foi determinado por ele. Sei que as rotinas procuram trazer mais estabilidade para os pais e também possuem um papel importante para as crianças a longo prazo, mas quando nossos filhos não se encaixam nessas ideias pré-concebidas, podemos nos sentir estressados e incapazes como cuidadores.

Uma boa forma de equilibrar as rotinas pré-concebidas e a nossa intuição (que no início pode não estar tão bem afinada assim!) é a técnica de anotar as mamadas e os cochilos que o bebê está fazendo. Isso pode ser feito através de um aplicativo (existem várias opções gratuitas) ou em um caderninho. Ficar de olho no relógio e até anotar o horário das mamadas e dos cochilos pode nos ajudar a decifrar melhor os sinais do bebê. Para mim, uma das belezas e também dos desafios da maternidade/paternidade é de aprender a ouvir e observar os nossos filhos. No início, o mais importante é saber se o bebê está fazendo a pega correta e conseguindo se alimentar direito. Se o bebê está tendo um bom ganho de peso e faz no mínimo 6 fraldas de xixi por dia, ótimo! Quem vai poder julgar se o SEU filho está passando "tempo demais" no peito?

Não acredito nessa história de o bebê ficar "dependente demais" por passar mais tempo no peito da mãe! Acho interessante observar que muitas vezes as pessoas que fazem esse tipo de comentário tem filhos crianças e adolescentes sem autonomia, sem inteligência emocional e sem auto-controle. Por isso acredito que o mais importante é trazer estímulos saudáveis e fazer brincadeiras com o seu bebê. Aproveite o aconchego de ter seu bebê nos braços e permita que ele também vivencie bem essa etapa. Haverão muitas oportunidades de ajudar o seu filho a desenvolver independência e autonomia mais pra frente, e quando esse momento chegar, esteja preparada para dar ferramentas para que isso aconteça também de forma plena! Tudo em seu devido tempo.

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